domingo, 31 de agosto de 2008

E se eu fosse seu filho

Para não falar de Isabela, Maníaco do parque.

O cenário é um parque ecológico, na cena um homem com uma moto aborda uma mulher e se apresenta como fotógrafo. A moça seduzida pela oferta sobe na garupa e o acompanha. O objetivo é fazer algumas fotos.

Num lugar mais isolado do parque o fotógrafo se revela como um psicopata e sem portar qualquer arma, estupra e mata a mulher. A cena se repete aproximadamente por nove vezes.

O que poderia ser ficção compreende-se em realidade e essa realidade é propagada exaustivamente pela mídia, que o batiza de maníaco do parque. O caso ganha dimensão, todos (o público) acompanham a captura dos corpos afoitos por um desfecho.

Os meios de comunicação pautados por um sensacionalismo barato disputam por uma entrevista exclusiva com Francisco – o maníaco do parque. Ganha a emissora que paga (desnecessário dizer qual a emissora que pagou) e sem grandes dificuldades a entrevista é colocada no ar. De um lado o criminoso doentio, do outro toda a mídia massiva, também doente. O jornalista instigando a curiosidade mórbida e sensacionalista do público pergunta: E se uma delas fosse sua filha. A resposta vem sem pausa: E se eu fosse seu filho.


Nenhum comentário: